
2010 • 2019 Pré-Pandemia
Abandonei (ainda não sei se permanentemente) os projetos anteriores a Pandemia de Covid 19.
Meus trabalhos migraram para a matéria prima papel e papelão e, acredito que aí ficarão por um bom tempo…
O sentimento de finitude os problemas de locomoção (isolamento social) e as dificuldades de compra de materiais me fizeram refletir e buscar uma produção que retratasse este momento e, principalmente a nossa realidade.

2020 • 2021 Pandemia
Mesclar as memórias, com minhas habilidades e com as limitações impostas pelas ameaças do vírus Covid 19, foi fundamental para me reencontrar com o papel como matéria prima.
Junto com as antigas vivências de construir brinquedos, recuperei essa solução caseira e resolvi as necessidades de expressão e produção.
Usar papel como suporte para minhas criações foi um reencontro com um velho amigo. Minha vida profissional de designer gráfico, esteve sempre ligada às gráficas e a sua tecnologia.
Desta maneira, burlei a quarentena e as dificuldades de comprar materiais e continuei a produzir. A reclusão domiciliar me colocou também permanentemente conectado com o mundo digital através da internet.
As limitações, impostas pela pandemia, resultaram na reutilização de velhos recursos, que somados aos novos, tornaram-se os conceitos que utilizo.

Pós-Pandemia
Com os pés na (minha) tradição.
Sigo a utilizar o papel, mídia material por excelência, porém sem excluir a tela eletrônica, simulacro de uma folha em branco.
Uma produção marcada pela pop art. Mas principalmente uma mixagem da contemporaneidade com as memórias, com os conceitos acadêmicos, com uma rica e longa experiência profissional e com minhas vivências na tumultuada década de 60/70.
Vivemos a “época da multidão”. (*) O resultado é que realizo uma obra efêmera, irônica, provocativa, política e de baixo custo. São obras/objetos feitos de papel, para serem consumidos rapidamente e pelo maior número possível de fruidores.
Ou então, elas tornam-se imagens que brilham meteoricamente no mundo digital.
(*) Conceito elaborado por Franz Manata na EVA do Parque Lage.