Flávio Brick

     Nasci em 1949 no estado do Rio de Janeiro, em Paraíba do Sul, às margens do rio de mesmo nome. Portanto sou fluminense, palavra que vem do latim flumine, que significa rio. Mudei-me aos seis anos para Três Rios e, nesta pequena cidade, vendo uma publicidade de um tentador e belo sorvete sundae, que me encantou pela seu colorido e beleza, sonhei (mesmo sem saber ainda como ia realizá-lo) que ali estava meu destino: trabalhar com cores e papel colorido.
     Depois aos nove, a família mudou-se para Niterói.
     Existem várias explicações sobre o significado de Niterói na língua tupi: “água que se esconde, porto sinuoso” e rio verdadeiro frio”.
     Após terminar em 1975 meu curso superior de Comunicação em Niterói, na Universidade Federal Fluminense (UFF), mudei-me para o Rio de Janeiro, onde (entre outras peripécias) tive um escritório de artes gráficas e digitais até 2012.
     Naveguei também de 1989 a 1993 pelas margens do rio Tietê em São Paulo, pelos canais de Navigli, em Milão, pelo Tâmisa em Greenwhich, pelo Sena em Paris e pela seca Madri.
     Nos últimos dez anos trabalho com artes visuais às margens do rio (ou algo parecido com um rio) que se chama Maracanã.
     Concluindo, a vida me levou para uma trajetória ribeirinha e sinuosa.
     E, como observador destas águas passantes, meu principal sentimento (tendo presenciado a constante degradação dos ambientes, das cidades, e ecossistemas brasileiros) é de desgosto. Este desconforto aparece na minha obra, na forma de ironia e frustração
 e, é minha principal motivação como artista.
     Embora, é claro não fique limitado nesta visão pessimista, porque
 minha vivência é recheada de saborosos amigos e amores, de boas lembranças e alegrias, que também procuro expressar.